Frederico (LER +)

Lionni, Leo Traducción: Dora Isabel Batalim

Todos os ratinhos recolhiam frutos e comida para o duro inverno. Todos, menos Frederico, que recolhia cores e raios de sol, como bom artista e poeta.

Uma família de ratos recolhe provisões e todos trabalham, todos exceto Frederico, que aparentemente não faz nada. Mas ele também aprovisiona: raios de sol, cores, palavras... Quando chega o inverno, comprova-se que o seu labor poético foi imprescindível para os ratos suportarem melhor a crueza da estação. Nesta história, Frederico é aceite tal como é. Leo Lionni é um dos pioneiros do álbum moderno ilustrado. Um dos temas do conto é o individualismo, a descoberta e a aceitação da sua própria identidade. Frederico é poeta e demonstra que, à sua maneira, também contribui para o coletivo. É assim que nos é apresentado o artista, não como um ser automarginalizado, mas como alguém necessário para os demais. Face à importância do trabalho, Frederico vem lembrar a necessidade de nos alimentarmos com algo mais do que com palha e nozes.

Para muitos, Frederico pode parecer egoísta, mas o egoísmo do protagonista é, simplesmente, uma fidelidade para consigo próprio. Os seus vizinhos de toca, longe de recriminá-lo, deixam-no meditar, respeitam a sua introspeção e sentem curiosidade por um mundo que, no final, agradecem.

O autor transmite-nos a importância da liberdade individual: os leitores sentem-se amparados, pois sabem que os ratos respeitarão a individualidade de Frederico. É como se nos dissesse que há que ser aquilo que sonhamos e sê-lo sem receios, uma vez que os outros o poderão entender.
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